A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, do tipo O1 ou do tipo O139. Tanto as crianças como os adultos podem apanhar a infeção.
Aproximadamente, 20% das pessoas que são infetadas pelo V. cholerae desenvolvem diarreia aquosa aguda; aproximadamente 20% dessas pessoas desenvolvem diarreia aquosa grave, muitas delas com vómitos. Se esses pacientes não forem pronta e adequadamente tratados, a perda de líquido e sais pode provocar desidratação grave e morte em poucas horas. A taxa de letalidade, nos casos não tratados, pode ser de 30–50%. Contudo, o tratamento é simples (reidratação) e, se prestado rápida e apropriadamente, a taxa de letalidade deve permanecer abaixo de 1%.
A cólera é transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes e continua a ser um risco sempre presente em muitos países. Novos surtos podem ocorrer em qualquer parte do mundo onde o abastecimento de água, o saneamento, a segurança alimentar e a higiene sejam inadequados. O risco de cólera é consideravelmente maior nas emergências humanitárias, quando ocorrem deslocações significativas de populações e concentrações nos locais onde as pessoas deslocadas se juntam, e há perturbações frequentes ou inadequado acesso a serviços de saúde, água potável, saneamento e higiene. Como o período de incubação da cólera é curto (2 horas a 5 dias), o número de casos pode aumentar rapidamente, podendo ocorrer muitas mortes, o que cria um problema agudo de saúde pública.
A propagação da doença em determinada zona pode ser reduzida através da deteção e confirmação precoce dos casos, seguida de uma resposta multissectorial apropriada e devidamente coordenada. Um plano sólido e multissectorial de preparação para a cólera, que seja devidamente implementado, contribui para uma mais eficaz resposta aos surtos.
A longo prazo, as melhorias no abastecimento de água, saneamento, segurança alimentar e sensibilização das comunidades para as medidas preventivas são o melhor meio de prevenir a cólera e outras doenças diarreicas. Por outro lado, a OMS recomenda que o uso da vacina oral da cólera seja sistematicamente considerado como uma das medidas que contribui para controlar a cólera durante os surtos, em zonas endémicas e em crises humanitárias onde o risco de cólera é grande.