Antes da partida
1. Verificar a fonte do alerta.
- Verificar se a informação provém de uma fonte fiável e reflete condições que sugerem um surto real.
2. Obter as autorizações necessárias
- Para além das autorizações oficiais, não esquecer de incluir a autorização dos líderes locais ou pessoas com influência na comunidade.
3. Preparar os materiais e produtos para a vigilância e colheita e transporte de amostras
- Listas lineares ou registos normalizados, definições de caso e procedimentos de vigilância;
- Materiais para a lavagem das mãos (água, sabão e lixívia para desinfetar a água), luvas, recipientes para a recolha e eliminação de materiais e equipamentos contaminados;
- Testes de diagnóstico rápido (TDR) e materiais para a colheita e transporte de amostras: recipientes para fezes, zaragatoas retais e meio de transporte Cary-Blair.
4. Preparar os materiais para o tratamento de pacientes, prevenção e controlo de infeções (PCI) e educação em saúde e higiene
- Exemplares de protocolos de tratamento, solução de reidratação oral (SRO), cloro para tratamento da água, material médico (nomeadamente, soluto de Ringer, equipamento de infusão intravenosa, cateteres IV), sabão;
- materiais de informação, educação e comunicação (IEC), e sacos para cadáveres.
5. Providenciar transporte, segurança e outra logística
- Organizar transporte com condições de segurança para a equipa e para os materiais;
- Organizar o transporte de amostras para o laboratório de referência.
No terreno
6. Analisar os registos nas unidades de saúde
- Verificar o registo, se disponível, ou falar com os médicos sobre eventuais casos anteriores;
- Recolher dados do registo, incluindo o número de pacientes e mortes com suspeita de cólera por grupo etário (com idade inferior a 5 anos e com idade igual ou superior a 5 anos), por semana;
- Tentar recolher dados, no mínimo do mês anterior aos primeiros casos suspeitos, para identificar quando aumentou o número de casos;
- Recolher dados do local onde os pacientes vivem, se disponíveis;
- Providenciar instrumentos para a recolha de dados (registo, lista linear) e formação em matéria de definição de caso, recolha e notificação de dados.
7. Examinar os pacientes e analisar a gestão clínica
- Avaliar o quadro clínico dos casos;
- Analisar as práticas e protocolos vigentes em matéria de gestão de casos;
- Garantir o adequado fluxo de pacientes e fazer as adaptações necessárias, antecipando a chegada de mais pacientes, se for indicado;
- Se a TL for superior a 1%, efetuar uma avaliação da unidade de saúde, a fim de identificar lacunas e ações prioritárias que garantam acesso e tratamento adequados;
- Fornecer protocolos e materiais de apoio, formação e material médico, de acordo com as necessidades.
8. Colher amostras laboratoriais para confirmar o diagnóstico
- Colher amostras fecais (fezes líquidas ou esfregaço retal) de pacientes suspeitos;
- Se estiverem disponíveis TDR, dar prioridade ao envio de espécimes de amostras positivas do TDR ao laboratório para confirmação;
- Enviar as amostras de fezes para o laboratório, seguindo os procedimentos padrão;
- Garantir que os profissionais de saúde podem colher, armazenar e transportar as amostras em segurança;
- Prover formação em matéria de colheita, armazenamento e transporte de amostras e fornecer materiais de apoio e suprimentos, se necessário;
- Colher amostras fecais (fezes líquidas ou esfregaço retal) de pacientes suspeitos e enviá-las para o laboratório para confirmação, sob as devidas condições. Consultar a secção 2 – confirmação de surto;
- Se estiverem disponíveis TDR, dar prioridade ao envio de espécimes de amostras positivas do TDR ao laboratório para confirmação;
- Garantir que os profissionais de saúde podem colher, armazenar e transportar as amostras em segurança;
- Prover formação em matéria de colheita, armazenagem e transporte de amostras e fornecer materiais de apoio e suprimentos, se necessário.
9. Analisar a água, saneamento e higiene (WASH) e as medidas de PCI na unidade de saúde.
- Avaliar as estações de abastecimento de água e saneamentome as medidas de PCI, e reforçar as boas práticas, conforme adequado;
- Garantir que existe água suficiente para cobrir as necessidades diárias de pacientes e cuidadores, bem como medidas adequadas para a eliminação segura de excrementos e vomitado;
- Assegurar a disponibilidade de instalações para lavagem das mãos e soluções de cloro para desinfeção. Providenciar, de acordo com as necessidades, protocolos, formação e suprimentos (por exemplo, baldes, roupas, sabão, solução à base de álcool para fricção das mãos, solução de cloro, materiais de limpeza e equipamento de proteção individual, nomeadamente, luvas, caixotes de lixo e camas para cólera).
10. Efetuar a investigação de WASH na comunidade
- Investigar as possíveis fontes de contaminação e prováveis modos de transmissão (tais como fontes de água, mercados, ajuntamentos, funerais, práticas culturais);
- Se possível, testar o cloro residual livre (CRL) na água que se julga estar clorada e testar a contaminação fecal noutras fontes de água. Clorar estas fontes, caso os níveis de CRL sejam baixos;
- Envolver-se com a comunidade através da promoção da saúde e da higiene, recorrendo a materiais de IEC para transmitir mensagens de prevenção da cólera e promover o tratamento precoce da diarreia.
11. Conduzir a procura ativa de casos, mobilização social e envolvimento da comunidade
- Procurar ativamente mais casos na comunidade com sintomas semelhantes e encaminhá-los para a unidade de saúde para tratamento;
- Dar formação aos agentes comunitários de saúde em matéria de definição de caso e recolha e comunicação de dados. Os agentes comunitários de saúde podem também proceder à procura ativa de casos;
- Avaliar os conhecimentos da comunidade sobre medidas de prevenção e controlo da cólera. Transmitir mensagens-chave à comunidade para prevenir a cólera;
- Fornecer SRO, sabão para a lavagem das mãos e produtos para o tratamento da água;
- à semelhança das investigações na comunidade em matéria de WASH, envolver-se com a família e vizinhos dos pacientes através da promoção da saúde e higiene, utilizar materiais de IEC para transmitir mensagens de prevenção da cólera e promover o tratamento precoce da diarreia.
12. Efetuar visitas domiciliárias e entrevistas
- Entrevistar as pessoas doentes e respetivos familiares a fim de identificar as fontes de água e as potenciais exposições ao risco. Caso seja possível, testar o CRL das fontes de água potável clorada e a contaminação fecal de outras fontes de água potável. Clorar estas fontes, se os níveis de CRL forem baixos;
- transmitir mensagens de prevenção aos membros da família;
- fornecer sabão para a lavagem das mãos e produtos para o tratamento doméstico da água.
13. Proceder à avaliação de riscos e necessidades
- Efetuar uma avaliação dos riscos para avaliar o risco de propagação e o impacto da doença;
- proceder a uma avaliação das necessidades, a fim de identificar os recursos disponíveis (humanos e materiais) e enumerar os recursos adicionais necessários.
Após a visita ao terreno
14. Reunir com as entidades competentes, resumir as conclusões principais e formular recomendações.
- Descrever os casos e os resultados laboratoriais;
- Definir zonas e populações afetadas e em risco;
- Identificar as possíveis causas do surto e potencial modo de transmissão;
- Descrever as medidas de prevenção e controlo já implementadas;
- Identificar os recursos necessários para responder ao surto;
- Apresentar recomendações e ações específicas a implementar.
15. Comunicar os resultados da investigação do surto.
- Preparar o relatório da investigação do surto;
- Divulgar o relatório junto das autoridades e parceiros competentes.